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Página:A Intrusa.djvu/68

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– É aqui.

– De quem é esta cama?

– Sua.

– E aquela?

– Minha.

– Eu quero dormir sozinha; não sou medrosa. Arranje outro quarto para mim. Agora, tire-me o chapéu!

Glória sentou-se na cama, brutalmente. Alice tirou-lhe o chapéu e endireitou-lhe o cabelo. A menina foi ao espelho, achou-se bem penteada e lá no fundo da sua consciência concordou que jamais sentira pousar sobre a sua cabeça mãos mais habilidosas. Voltando-se contemplou Alice de alto a baixo, e perguntou:

– Quantos anos tem?

– Vinte e três.

– Parece mais velha.

Alice sorriu.

– Eu tenho doze...

– Parece mais criança...

– Hein?! toda a gente diz que já pareço uma moça! É míope?

– Parece criança no juízo, minha amiguinha, e é por eu ver muito bem que lhe digo isto... Não seja má... venha lavar as mãos; seu pai espera-a para jantar; não está ouvindo o tímpano? É o sinal...

Glória tremia, sem atinar com a resposta para semelhante afronta. Depois, num desabafo: –