que Argemiro repreendeu-o com um olhar.
– Seja boa e é o que se quer... precisas tratá-la com delicadeza e amizade; ouviste? É graças a ela que te tenho hoje aqui... Queres vinho? muito pouco... com água... assim... Ora, a minha Glória! Tomara já ver-te moça e tomando conta definitivamente disto tudo, para ter-te sempre aqui... sempre!
Glória, que recusara a sopa, comia agora com satisfação. O pai revia-se nela, todo contente.
A mesa estava bem posta; desde que Alice entrara não deixara de haver flores e frutas ao jantar.
Glória, confundindo a elegância com o luxo, exclamou:
– Que mesa rica, papai!
– Se viesses jantar comigo antes da D. Alice estar aqui, não dirias isso, embora na mesa estivessem as mesmas porcelanas e os mesmos talheres. Repara nisto, minha filha, que a arte e o gosto dão às coisas mais simples uma aparência de conforto e de alegria muito agradáveis à vida. A minha mesa era triste... agora é assim!
Feliciano franziu as sobrancelhas, mal humorado. Glória confessou:
– Lá em casa só se põe flores na mesa em dias de visitas...