– Uma alma perfeita perdoa todas as ofensas.
– Mas sofre. Imagina a dor, se do outro mundo ela vê o marido pregar amorosamente as suas jóias ao peito de outra mulher, e que mulher, uma mercenária! Maria foi ciumenta... Argemiro foi o seu único amor!
– Está bem; mas não acredites que ele tenha dado as jóias da mulher à outra...
– O Feliciano viu.
– O Feliciano é um despeitado.
– Quando te parece, és cego e és surdo!
– Todos devem sê-lo, em certas ocasiões!
– A tua opinião é talvez que me cale!
– Que te cales e que mandes a nossa Glória todos os sábados visitar o pai. Ele assim o quer e manda, faça-se a sua vontade.
– Isso nunca! Seria uma desmoralização! O meu dever é velar por minha neta!
– Argemiro é um homem sério e muito amigo da filha.
– E nós?
– Nós só somos responsáveis por ela para com o pai.
– E perante Deus!
– Deus... A propósito de Deus: pedi na carta ao Argemiro que trouxesse no domingo o Assunção.