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Página:A Maravilhosa Vida de Santos=Dumont.pdf/35

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Mandei tirar o numero nove da garagem, pesar e equilibrar cuidadosamente, também dei instruções claras para que colocassem uma quantidade adicional de hidrogênio compensando espaço na câmara de ar central e ou aumentando a pressão no invólucro, a pequena aeronave estava projetada para meus 50 quilos e teria que agüentar os 65 quilos adicionais de Mademoiselle Acosta. Saímos de Neuilly por volta do meio-dia. Ao contrario daquele típico mês de junho, o vento não estava soprando em rajadas. Voamos até o La Cascade próximo a Longchamps e também ao hangar onde almoçamos e de la voltamos à garagem.”

“E como se comportou Madmoiselle Acosta em sua primeira lição?” pergunta Yolanda.

“Aida era uma “fast learner” como costumava dizer de si mesma e ainda tinha tempo de apreciar o belo panorama parisiense”

O simples fato de consentir com a condição de que a pretendente tomasse primeiramente algumas lições para a manobra do motor e da maquinaria, demonstra de maneira eloqüente, suponho, a minha confiança no numero nove.

Dei-lhe mais duas lições, e então no dia 28 de julho me chega a garagem Aída acompanhada de seus amigos americanos. Sorridente como sempre e me convida para um Jogo de Pólo que seria a disputa entre o time americano contra o time inglês. Devo confessar que até aquele ponto tinha prazer em fazer vôos acompanhado da mais bela donzela que já havia aparecido na garagem de Neuilly, no entanto não tinha intenção de deixar que voasse sozinha na minha preciosa aeronave, talvez ela tenha percebido meu plano e para se assegurar que cumpriria minha promessa de deixá-la fazer o vôo solo usou de uma tática que somente uma mulher muito atraente, consciente do seu poder de conquistar qualquer homem, poderia ter usado.

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