Tendo desmanchado o triciclo para dispor do motor, comprei pela mesma época uma Panhard seis cavalos, do ultimo modelo, com a qual fui de Paris a Nice em cinqüenta e quatro horas, sem parada nem de dia nem á noite. Sim meu amigo Soriano, estas maquinas eram minhas únicas amigas que de fato me incentivavam e nas quais podia encontrar conforto. É bem certo que, se não me houvesse dedicado á aerostação, ter-meia feito entusiasta das corridas de automóveis, passando continua- mente dum tipo a outro, procurando constantemente uma velocidade superior avançando com os progressos da industria, como fazem tantos outros, para gloria dos mecânicos franceses e do novel espírito esportivo parisiense. Mas as minhas aeronaves exigiam-me na capital. Eu não podia deixar Paris durante as experiências. As longas corridas não me eram mais permitidas. O automóvel a petróleo, com a facilidade maravilhosa que se tem de encontrar combustível em qualquer lugarejo, perdeu, para mim, sua principal atração. Em 1898, vi por acaso um modelo que me era desconhecido de um pequeno “buggy” elétrico americano.
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