— Diga... não tenha medo.
— Hemorróidas.
D. Violante fez-se vermelha como um pimentão, horrível como a mais horrível das fúrias, encarou o estudante com despeito, e, fixando nele seus tristíssimos olhos furta-cores, perguntou:
— O que foi que disse, senhor?
— Hemorróidas, minha senhora.
Ela soltou uma risada sarcástica.
— V. S.ª quer que lhe prescreva o tratamento conveniente?...
— Menino, respondeu com mau humor, tome o meu conselho: outro ofício; o senhor não nasceu para médico.
— Sinto ter desmerecido o agrado de V. S.ª por tão insignificante motivo. Rogo-lhe que me desculpe, mas eu julguei dever dizer o que entendia.
Isto dizendo, o estudante ergueu-se; a velha já não fez o menor movimento para o demorar, e vendo-o deixá-la, disse em tom profético:
— Este não nasceu para a medicina!
Mas Augusto, afastando-se de d. Violante, dava graças ao poder de seu diagnóstico e augurava muito bem de seu futuro médico,