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Sabe que dentro de bem curto prazo
De novo ha-de raiar
E aquecer toda a Terra!

Outro Mazeppa no corcel em fuga,
Buscando a glória na miséria extrema
Numa carreira alada e desabrida,
Que a noite, as feras e o pavôr estuga,
Pois não ha sombra que o corcel não tema,
Nem faça correr mais a toda a brida,

Assim a Águia vôa arrebatada,
Assim devora abismos de repente
E como sombra lívida perpassa,
Até que no mais alto da abalada
Um raio fulje, abrindo um sulco ardente
E em pleno Turbilhão a despedaça.

O coração da Águia foi queimado,
Fez-se um clarão da mais divina esperança,
Que espalhando-se em toda a imensidade
Foi abraçar o Céu de lado a lado
Num arco-iris, o arco da Aliança,
Que alumia depois da Tempestade.