veram os hollandezes, desconfiando de suas posições ou
imaginando um novo plano de combate, eífectuar a retirada,
ao que se oppoz Francisco Barretto, que, em taes circumstancias,
anciava porillustrar o scenario da primeira victoria com
um segundo triumpho.
Resolveu então atacar o inimigo, mandando avançar sua gente.
Ouçamos a respeito o Visconde de Porto Seguro, que, em 1861, visitou aquellas paragens históricas, e escreveu deante de documentos:
«Apresentaram-lhe primeiro resistência cinco companhias do inimigo, que formavam sua retaguarda, ao mando do Capitão Tenbergen, em quanto se organizavam, para entrar em combate, duas columnas ao mando dos chefes Hautijn e Claes; logo avançou aquelle carregando pela direita, mas foi repellido pela cavallaria da nossa parte, que feriu ao mesmo Hantijn, obrigando-o a retirar-se. Apezar de ferido, reuniu Hautijn os seus, e juntando-se á força que Claes commandava atacaram ambos os nossos já senhores da estrada; mas viram-se obrigados a retirar-se para as bandas dos cerros «por causa da grande força dos contrários, que atacaram então com tanto Ímpeto que as tropas hollandezas começaram então a fugir, sendo em breve tal a confusão que, nem por palavras nem por força, poderam ser contidos os que fugiam... e esta contusão foi consideravelmente augmentada pelos corpos dos Coronéis vmi deu Brande e van Elfs, que, baixando dos montes para acudir, lançaram-se de envolta com os regimentos mencionados e introduziram a mais completa desordem» (*). O inimigo ficou de todo destroçado; e a victoria foi para os nossos ainda mais completa que a do anno antecedente. Além do chefe Brinck, perderam os contrários 173 ofíiciaes e ofíiciaes inferiores a saber: quatro Tenentes-Coroneis, quatro Majores, trinta e cinco Capitães, trinta e dois Tenentes, vinte e seis Alferes e quarenta e nove Sargentos; e mais 855 mortos e noventa prisioneiros, o que indo prefaz um total
(*) Estas palavras, como declara em nota o Visconde de Porto Seguro, em sua obra — «Os hollandezes no Brazil» foram copiadas do officio ao Presidente e Conselho do Recife, de Miguel van Gock, em 22 de Fevereiro de 1649,