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Página:A Relíquia.djvu/120

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Eu bradei, exaltado:

— Titi, palavra de Raposão que lhe hei de trazer uma tremenda reliquia!

Pela severa sala de damascos transbordou, ruidosa e tocante, a commoção dos nossos corações. Eu achei me com os beiços do Justino, ainda molles da torrada, collados á minha barba...

Cedo, na manhã de domingo, 6 de setembro e dia de Santa Libania, fui bater, devagar, ao quarto da titi, ainda adormecida no seu leito castissimo. Senti, por sobre o tapete, aproximar-se o som molle dos seus chinelos. Entreabriu pudicamente a porta; e, decerto em camisa, estendeu-me, através da fenda, a sua mão escarnada, livida, cheirando a rapé. Appeteceu-me mordel-a; depuz n’ella um beijo baboso; a titi murmurou:

— Adeus, menino... Dá muitas saudades ao Senhor!

Desci a escadaria, já de capacete, sobraçando o meu Guia do Oriente. Atraz a Vicencia soluçava.

A minha mala nova de couro, o meu repleto sacco de lona enchiam o coupé do Pingalho. Ainda as andorinhas retardadas cantavam no beiral dos telhados; na capella de Sant’Anna tocava para a missa. E um raio