couro: e toda a noite rugia na escuridão das ramagens o delirio da Luxuria ritual. Depois o Diabo disse-me as fogueiras humanas de Molok, os Mysterios da Boa-Deusa em que os lirios se regavam com sangue, e os ardentes funeraes d’Adonis...
E parando, risonhamente: «o amigo nunca esteve no Egypto?» Eu disse-lhe que estivera e conhecera lá Maricocas. E o Diabo, cortez: «Não era Maricocas, era Isis!» Quando a inundação chegava até Memphis, as aguas cobriam-se de barcas sagradas, Uma alegria heroica, subindo para o sol, fazia os homens iguaes aos deuses. Osiris, com os seus cornos de boi, montava Isis; e, entre o estridor das harpas de bronze, ouvia-se por todo o Nilo o rugido amoroso da Vacca divina.
Depois o Diabo contava-me como brilhavam, dôces e bellas, na Grecia as religiões da Natureza. Ahi tudo era branco, polido, puro, luminoso e sereno: uma harmonia sahia das fórmas dos marmores, da constituição das cidades, da eloquencia das academias e das destrezas dos athletas: por entre as ilhas da Ionia, fluctuando na molleza do mar mudo como cestas de flôres, as Nereidas dependuravam-se da borda dos navios, para ouvir as historias dos viajantes; as Musas, de pé,