cerejeira. Tinham dependurado na parede as suas armas. O chão estava negro dos seus escarros. E, diante, um servo em farrapos esperava, com uma taça fumegante de café, na palma de cada mão.
Pensei que o Catholicismo, previdente, estabelecera á porta do lugar divino uma Loja de bebidas e aguas-ardentes, para conforto dos seus romeiros. Disse baixo a Potte:
— Grande idéa! Parece-me que tambem vou tomar um cafésinho!
Mas logo o festivo Potte me explicou que esses homens sérios, de cachimbo, eram soldados musulmanos policiando os altares christãos, para impedir que em torno ao mausoleu de Jesus se dilacerem por superstição, por fanatismo, por inveja de alfaias, os Sacerdocios rivaes que alli celebram os seus Ritos rivaes — Catholicos como o padre Pinheiro, Gregos orthodoxos para quem a cruz tem quatro braços, Abissynios e Armenios, Coptas que descendem dos que outr’ora em Memphis adoravam o boi Apis, Nestorianos que veem da Chaldêa, Georgianos que veem do mar Caspio, Maronitas que veem do Libano, — todos christãos, todos intolerantes, todos ferozes!... Então saudei com gratidão esses soldados de Mahomet que, para manter o recolhimento piedoso em