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Página:A Relíquia.djvu/223

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antes, em torno á Cidade Santa, deseccadas por um vento d’abstracção, e brancas, da côr das ossadas... Agora tudo era verde, regado, murmuroso, e com sombras. A mesma luz perdêra o tom magoado, a côr dorida, com que eu sempre a vira, cobrindo Jerusalem: as folhas dos ramos d’abril desabrochavam n’um azul, moço, tenro, cheio de esperança como ellas. E a cada instante se me iam os olhos longamente n’esses vergeis da Escriptura, que são feitos da oliveira, da figueira e da vinha, e onde crescem silvestres, e mais esplendidos que o rei Salomão, os lirios vermelhos dos campos!

Enlevado e cantarolando, eu trotava ao comprido d’uma sebe toda entrelaçada de rosas. Mas Topsius deteve-me, mostrou-me no alto d’um outeiro, sobre um fundo sombrio de cyprestes e cedros, uma casa abrindo para o lado do oriente e da luz o seu portico branco. Pertencia, disse elle, a um romano, parente de Valerius Gratus, antigo Legado imperial da Syria: e tudo alli parecia penetrado de paz amavel e de graça latina. Um tapete viçoso de relva bem lisa estendia-se em declive até a uma alea de alfazema, tendo ao meio, sobre o verde, desenhadas com linhas de flôres escarlates, as