através do monte para junto dos cedros cobertos do vôo alvo das pombas: e n’esse instante tambem os peregrinos, emergindo da estrada, avistavam emfim Jerusalem que resplandecia lá em baixo formosa, toda branca na luz... Então foi um santo, tumultuoso, inflammado delirio! Prostrada, a turba batia as faces na terra dura: um clamor de orações subia ao céo puro por entre o estridor das tubas: as mulheres erguiam os filhos nos braços offertando-os arrebatadamente ao Senhor! Alguns permaneciam immoveis, como assombrados, ante os esplendores de Sião: e quentes lagrimas de fé, de amor piedoso, rolavam sobre barbas incultas e feras. Os velhos mostravam com o dedo os terraços do Templo, as ruas antigas, os sacros lugares da historia de Israel: «alli é a porta d’Ephrain, acolá era a torre das Fornalhas; aquellas pedras brancas, além, são do tumulo de Rachel...» E os que escutavam em redor, apinhados, batiam as mãos, gritavam: «Bemdita sejas, Sião!» Outros, estonteados, com o cinto desapertado, corriam tropeçando nas cordas das tendas, nos gigos de fruta, a trocar a moeda romana, a comprar o anho da offerta. Por vezes, d’entre as arvores, um canto subia, claro, fino, candido, e que ficava tremendo no ar: a terra um
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Aspeto