Galilêa dar o seu primeiro passo para a morte.
Apressados, enrolando o cigarro, deixámos logo o palacio de Herodes por uma passagem que o douto Topsius conhecia, lobrega e humida, com fendas gradeadas d’onde vinha um canto triste de escravos encarcerados... Sahimos a um terreiro, abrigado pelo muro d’um jardim todo plantado de cyprestes. Dois dromedarios deitados no pó ruminavam, junto d’um montão d’hervas cortadas. E o alto historiador tomava já o caminho do Templo, quando, sob as ruinas d’um arco que a hera cobria, vimos povo apinhado em torno d’um Essenio, cujas mangas d’alvo linho batiam o ar como as azas d’um passaro irritado.
Era Gad, rouco d’indignação, clamando contra um homem esgrouviado, de barba rala e ruiva, com grossas argolas de ouro nas orelhas, que tremia e balbuciava:
— Não fui eu, não fui eu...
— Foste tu! bradava o Essenio, estampando a sandalia na terra. Conheço-te bem. Tua mãi é cardadeira em Capárnaum, e maldita seja pelo leite que te deu!...
O homem recuava, baixando a cabeça, como um animal encurralado á força:
— Não fui eu! Eu sou Rephrahim, filho