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Página:A Relíquia.djvu/307

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e fômos logo detidos emquanto os guardas do Templo arrancavam a um pegureiro, teimoso e rude, a clava armada de prégos com que elle queria atravessar o Santuario. O rolante rumor que vinha de longe, dos Atrios, já me atemorisava, semelhante ao d’uma selva ou d’um grande mar irritado...

E ao emergir emfim da abobada estreita agarrei o braço magro do Historiador dos Herodes, no deslumbramento que me tornou, intenso e repassado de terror! Um brilho de neve e ouro vibrava profusamente no ar molle, irradiado dos claros marmores, dos granitos brunidos, dos recamos preciosos banhados pelo divino sol de Nizam. Os lisos pateos que eu de manhã vira desertos, alvejando como a agua quieta d’um lago, desappareciam agora sob o povo que os atulhava, adornado e festivo. Os cheiros estonteavam, acres, emanados dos estofos tingidos, das resinas aromaticas, da gordura frigindo em brazas. Sobre o denso ruido passavam roucos mugidos de bois. E perennemente os fumos votivos se sumiam na refulgencia do céo...

— Caramba! murmurei, enfiado. Isto são magnificencias de entupir!

Fômos penetrando sob os Porticos de Salomão, onde resoava o profano tumulto d’um