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Caimão mergulharem nas calmas aguas onde outr’ora, fugindo d’Accio, cahiram á pressa as ancoras douradas das galeras de Cleopatra!

E outra vez, estremunhado e esguedelhado, te avistei, terra baixa do Egypto, quente e da côr d’um leão! Em torno aos finos minaretes voavam as pombas serenas. O languido palacio dormia á beira da agua entre palmeiras. Topsius sobraçava a minha chapeleira, serrazinando coisas doutissimas sobre o antigo Pharol. E a pallida Religiosa já deixára o Caimão, pomba do êrmo escapada ao milhafre — porque o milhafre no seu vôo fechára a aza, sordidamente enjoado!

N’essa mesma tarde, no Hotel das Pyramides, soube com jubilo que um vapor de gado, El Cid Campeador, partia de madrugada para as terras bemditas de Portugal! Na caleche de riscadinho, só com o douto Topsius, dei o derradeiro passeio nas sombras olorosas do Mamoudieh. E passei a curta noite n’uma rua deleitosa. Oh meus concidadãos, ide lá, se appeteceis conhecer os deleites asperos do Oriente... Os bicos de gaz sem globo assobiam largamente, torcidos ao vento: as casas baixas, de pau, são apenas fechadas por uma cortina branca, atravessada de claridade: tudo cheira a sandalo e alho: