têsa, desvanecida, com setins de festa e com joias. E ao lado, um padre muito magro vergava a espinha com os dedos enclavinhados no peito — mostrando n’uma face chupada dentes afiados e famintos. Era o Negrão. Dei-lhe dois dedos, sêccamente:
— Estimo vê-lo por cá...
— Grandissima honra para este seu servo! ciciou elle, puxando os meus dedos para o coração.
E, mais vergado o dorso servil, correu a erguer o abat-jour do candieiro — para que a luz me banhasse, e se pudesse vêr na madureza do meu semblante a efficacia da minha peregrinação.
Padre Pinheiro decidiu, com um sorriso de doente:
— Mais magro!
Justino hesitou, fez estalar os dedos:
— Mais queimado!
E o Margaride, carinhosamente:
— Mais homem!
O onduloso padre Negrão revirou-se, arqueado para a titi como para um Sacramento entre os seus mólhos de luzes:
— E com um todo d’inspirar respeito! Inteiramente digno de ser o sobrinho da virtuosissima D. Patrocinio!...