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Página:A Relíquia.djvu/457

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e no perfume, narrei a camisa funesta da Mary, a Reliquia no seu embrulho, o desastre no Oratorio, o oculo, o meu quarto miseravel na travessa da Palha...

— De modo, Chrispimzinho da minh’alma, que aqui me encontro sem pão!

Chrispim & C.^a, impressionado, torcendo os bigodes louros, murmurou que em Portugal, graças á Carta e á Religião, todo o mundo tinha uma fatia de pão: o que a alguns faltava era o queijo.

— Ora o queijo dou-t’o eu, meu velho! ajuntou alegremente a Firma, atirando-me uma palmada ao joelho. Um dos empregados do escriptorio lá na Pampulha começou a fazer versos, a metter-se com actrizes... E muito republicano, achincalhando as coisas santas... Emfim, um horror, desembaracei-me d’elle! Ora tu tinhas boa letra. Uma conta de sommar sempre saberás fazer... Lá está a carteira do homem, vai lá, são vinte e cinco mil reis, sempre é o queijo!...

Com duas lagrimas a tremerem-me nas pestanas abracei a Firma. Chrispim e C.ª murmurou outra vez, com uma careta de quem, sente um gosto azêdo:

— Irra! que estás muitissimo feio!

Comecei então a servir com desvelo a fabrica de fiação á Pampulha: e todos os