mais nada! E aqui está a nossa vida, Theodorico! Olha que é duro, menino!
Enternecido, prometti fallar á titi.
Fallar á titi! Eu nem ousaria contar á titi que conhecia o Xavier, e que entrava n’esse casebre impuro onde havia uma hespanhola, emmagrecida no peccado.
E para que elles não percebessem o meu ignobil terror da titi, não voltei á rua da Fé.
No meado de setembro, no dia da Natividade de Nossa Senhora, soube pelo dr. Barroso que o primo Xavier, quasi a morrer, me queria fallar em segredo.
Fui lá, de tarde, contrariado. Na escada cheirava a febre. A Concha, na cozinha, conversava por entre soluços com outra hespanhola, magrita, de mantilha preta e corpetesinho triste de setim côr de cereja. Os pequenos, no chão, rapavam um tacho d’açorda. E na alcova o Xavier, enrodilhado n’um cobertor, com a bacia da cara ao lado, cheia de escarros de sangue, tossia, despedaçadamente:
— És tu, rapaz?
— Então que é isso, Xavier?
Elle exprimiu, n’um termo obsceno, que estava perdido. E estirando-se de costas, com um brilho secco nos olhos, fallou-me