ricos proprietarios de Portugal... O mais rico, direi!... Mesmo lá fóra não haverá fortuna territorial que lhe exceda. Nem que se lhe compare!... Só em porcos! Só em cortiça! Centenares de contos! milhões!
Erguera-se; o seu vozeirão empolado rolava serras d’ouro. E o bom Casimiro murmurava, ao meu lado, com brandura:
— Tome o seu chásinho, Theodorico, vá tomando o seu chásinho. E creia que a tia não deseja senão o seu bem...
Puxei, com a mão a tremer, a minha chavena de chá: e, remexendo desfallecidamente o fundo d’assucar, pensava em abandonar para sempre a casa d’aquella velha medonha que assim, me ultrajava diante da Magistratura e da Igreja, sem consideração pela barba que me começava a nascer, forte, respeitavel e negra.
Mas, aos domingos, o chá era servido nas pratas do commendador G. Godinho. Eu via-as, macissas e resplandecentes, diante de mim: o grande bule terminando em bico de pato; o assucareiro cuja aza tinha a fórma d’uma cobra assanhada; e o paliteiro gentil em figura de macho trotando sob os seus alforges. E tudo pertencia á titi. Que rica que era a titi! Era necessario ser bom, agradar sempre á titi!...