com resguardo, encolhido na gola do meu sobretudo, cosido com o muro, como se o candieiro de gaz que alli havia fosse o olho inexoravel da titi — penetrava sofregamente na escadinha da Adelia...
Sim, da Adelia! Porque nunca mais me esquecera, desde a noite em que o Rinchão me levou ao Salitre, o beijo que ella me dera, languida e branca, sobre o sofá. Em Coimbra procurára mesmo fazer-lhe versos: e esse amor dentro do meu peito foi no ultimo anno de Universidade, no anno de Direito ecclesiastico, como um maravilhoso lirio que ninguem via e que perfumava a minha vida... Apenas a titi me estabeleceu a mezada das tres moedas, corri em triumpho ao Salitre; lá havia as roseirinhas á janella, mas a Adelia já lá não estava. E foi ainda o prestante Rinchão que me mostrou esse primeiro andar, junto ao largo dos Caldas, onde ella agora vivia patrocinada por Eleuterio Serra, da firma Serra Brito & C.^a, com loja de fazendas e moelas na Conceição Velha. Mandei-lhe uma carta ardente e séria, pondo reverentemente no alto: «Minha senhora.» Ella respondeu, com dignidade: — «O cavalheiro póde vir aqui ao meio dia.» Levei-lhe uma caixinha de pastilhas de chocolate, atada com uma fita de sêda