- A sua tolerância, Ernestina, é que a tem perdido! Sua filha é autoritária e caprichosa. Decida-se a fazer o que lhe tenho dito: e aconselhe-a de longe...
- Ela vai sofrer muito!... Não...
- Embora; tudo redundará em seu proveito.
- Não sei por que aborrece assim a minha pobre filha: se convivesse com ela, havia de adorá-la! É um anjo.
- O que vejo é que tem medo de magoá-la com uma simples palavra, e entretanto a mim não poupa desgostos...
- Eu?!
- Sim.
- Meu Deus! Mas como!
- Referindo-se constantemente ao seu finado marido, não reprimindo o modo desabrido da senhora sua filha, conservando na sala, bem em frente ao seu, o retrato do Simões como senhor legítimo de sua casa e ao seu coração... Por que não retira dali aquele quadro? Não calcula o ciúme, o ódio que lhe tenho e o mal que ele me faz!
- Desculpo as suas palavras, porque elas são filhas do ciúme.
Ernestina estava surpreendida e desgostosa com Luciano. A cólera tornava-o grosseiro, áspero. O seu gênio rompia todos os preceitos da educação e do cavalheirismo para se mostrar rude e indomável.