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Página:A Viuva Simões.djvu/114

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dia... não que ela não tinha só habilidade para encontrar as coisas que as outras perdiam, nem para subtrair das gavetas moedinhas e fitas... Ria-se da cegueira de Sara... ainda havia de ser ela quem lhe abrisse os olhos!...

Os cálices de licor sucederam-se até cair do frasco a última gota. Que estupidez! Ela ainda tinha tanta goiabada no prato... lembrou-se do cognac. Foi ao armário, mas deu-lhe uma tontura; o chão fugia-lhe embaixo dos pés, o guarda pratos inclinava-se, a mesa recuava, as cadeiras tomavam atitudes de dança e as aves mortas dos quadros das paredes agitavam-se todas, sacudindo as penas.

- Uê! exclamou a mulatinha, esfregando os olhos; e demorou-se, percebendo a verdade, com tato bastante para esconder a garrafa e levá-la para o quarto... Beberia à noite, na cama. Não lhe convinha embebedar-se de dia; e foi pedir à Benedita uma xícara de café. Estava com uma enxaqueca!

Quando Ernestina entrou, a Simplícia correu a tirar-lhe o chapéu e guardar as luvas. Ernestina deu-lhas maquinalmente.

- Então, Iaiá, me deixa ir na festa?

- Não.

- Por quê?... Seu Luciano não quer?

Ernestina deu um salto, assustada; sem atinar com o que dissesse, repetiu:

- Seu Luciano!