de amor maternal que a dominava completamente, absolutamente. Aproveitou pressurosa a frieza que lhe parecia então sentir pelo noivo, e pediu-lhe na carta que a não fosse ver. Contou-lhe tudo. Sara estava longe mas sentia bem que não a poderia conservar assim... faltara-lhe o ar em casa, sem ela... não se resignaria nunca a viver daquele modo! Casá-la não era coisa admissível. Sara era ainda muito nova. Concluía pedindo mais uma vez a Luciano que dominasse a antipatia pueril que o afastava de Sara para viverem depois todos felizes... muito felizes!
Ernestina acabou a carta chorando. Aquela harmonia sonhada e pedida não existiria nunca; percebia bem. Viveriam juntos talvez, mas aborrecendo-se. Era isso mesmo que ela tentara outrora, quando escondia em casa a sua mocidade, o seu lindo rosto, a sua alma ansiosa, ávida de amor! Era por isso mesmo que ela desejara sempre a velhice que a vestisse de gelo, lhe quebrasse os ímpetos, que a deixasse sem aspirações e sem desejos, na sua grande virtude de mãe sem mácula...
Ela pedia a Luciano que a não fosse ver, temendo que ele lhe desobedecesse. Entretanto era preciso. Estava só; tinha medo de sucumbir.
Nessa mesma tarde recebeu a primeira carta de Sara, escrita à mesma hora em que ela lhe