- Não sei! Aquela filha... o gênio dela mesmo, incomoda-me, irrita-me! Você não vê esta carta? Manda a filha para Friburgo e é exatamente agora que me pede para não ir vê-la!
- Muito bem. Isso compreende-se... é uma mulher honesta... você, que diabo! É um homem perigoso! Mas, deixe-se de histórias! Peça a viúva e case-se. É mulher garantida, vê-se por essas cartas. Afinal, você gosta dela... lá por embirrar com a filha não é razão! O caso é outro. Você é um galanteador e julga que as mulheres nasceram só para joguetes do seu capricho...
- Bonito! Ponha-se agora com frases...
- Ora! quantos amores já lhe conheci! Mas o tempo passa. Vá-se ver ao espelho! Tem já muitos cabelos brancos e olhe que por ter vindo de Paris não pense que não haja por aí outros mais chics...
Luciano relia a carta de Sara.
- A pequena não escreve mal...
- É muito expansiva!
- Você não compreende? A mãe quer catequizar-me com as cartas da filha.
E guardando os papéis no bolso:
- Bem! Ela talvez deseje que eu lhe desobedeça.
- É até provável que conte com isso...