sadias de Sara, para quem a vida tinha só por dever ser risonha, ser boa, ser fértil!
Os seus olhos de menina inexperiente não compreendiam os requintes artísticos de um ou de outro autor, mas a sua alma entusiástica abria-se com alegria às impressões da arte.
Ernestina passeou o olhar através do lorgnon por tudo que a rodeava, sem demonstrar claramente as suas predileções, temendo cair em erros de observação. A filha, mal ou bem, ia apontando defeitos e belezas, manifestando sem rebuço a sua maneira de ver e de sentir. A cabeça do garoto elogiada por Luciano, fez com que a moça batesse palmas de contentamento. O busto talhado em mármore tinha energia, graça e independência, qualidades que se juntavam no caráter de Sara. A moça não pôde conter-se, e, com os olhos úmidos, beijou nas duas faces a cara rechonchuda do pequeno garoto de Paris.
Luciano estremeceu como se alguma coisa nova se tivesse revelado nele. Ernestina murmurou, repreensivamente:
- Sara! Que criancice!
- Ah! Mamãe! Se este diabinho é tão bonito! Repare para os olhos!... que malícia!... e para a cabeça!... que audácia... Não parece mesmo que esta boca está gritando: Viva a França! e que neste peito bate orgulhosamente um coração!
Estiveram algum tempo de pé em frente ao