Ninguém sabia responder, percorreram a casa inutilmente.
- Veio comigo, afirmava Luciano; entramos juntos!... Mas Luciano não se arredava do leito de Sara, não se lembrava de mais nada, repetia maquinalmente aquilo - veio comigo, entramos juntos! - sem interesse, sem preocupação, entregue à sua surpresa, com os olhos fitos em Sara, esperando a morte!
O padre estremecia; vinham-lhe à idéia os despenhadeiros do morro, onde Ernestina fosse talvez pedir o esquecimento da dor que a pungia.
Chamou então o jardineiro e saíram ambos.
As sombras da noite iam-se dissipando. A dois passos da porta o padre distinguiu alguém deitado sobre a grama; aproximou-se abaixando-se, apalpou Ernestina.
- Ajude-me a levá-la para dentro, disse ele ao jardineiro.
E ergueram a viúva que estava alagada e fria.
- Pobre mãe!... repetia o bom velho, comovido. Dentro recomendou às criadas que lhe mudassem roupa e friccionassem o corpo. Feito isso, ele entrou no quarto e sentou-se ao pé do leito.
Ernestina abriu os olhos e, de repente, espavorida com a lembrança da filha perguntou:
- Morreu?