- Mas é já uma moça! observou ele atônito.
- Eu não lhe disse que estava velha? perguntou Ernestina com um sorriso.
Olhando atentamente para Sara, Luciano resumiu assim o seu juízo: a cara do pai! ponham-lhe umas barbas vermelhas e aí teremos o comendador Simões.
Sara não era alta como a mãe, nem tinha a gentileza do seu porte aristocrático. Tinha a cabeça um pouco grande e forte, a testa arredondada, os olhos castanhos e inteligentes, o cabelo de um louro ardente e luminoso, a boca risonha, os dentes sãos.
O que encantava nela era o bom ar de saúde, de inocência e de alegria que se emanava do seu olhar franco, da sua pele rosada e fresca, e da sua boca simpática.
Pareceria um rapaz vestido de mulher se não tivesse uma expressão tão ingênua e se os cabelos não lhe cobrissem as costas numa trança tão longa e tão farta.
Falava alto, e conquanto de tom autoritário, a sua voz era doce e clara.
Ganhara a partida e estava vitoriosa; estendeu a mão a Luciano, como se fosse a um amigo velho, com uma franqueza descuidada. Impelindo para trás o cabelo que lhe voava para o rosto, convidou as amigas para outra partida mas as companheiras estavam cansadas e ela começou a juntar o aparelho numa caixa, contando