se com uma brancura pálida, sem brilho, e nos largos canteiros relvados, batidos de sombra, as palmeiras ornamentais abriam muito as folhas, como enormes mãos espalmadas. Entre o verdor enegrecido das plantas, sorriam de vez em quando rosas claras, cor de carne moça, e os arbustos das azaléias brancas destacavam-se muito, todos cobertos com as suas flores de neve.
Do outro lado, pelas janelas abertas, vinha o marulho das ondas a morrerem na praia.
- Já tenho licor... disse Luciano, respondendo a um gesto do Rosas, que tornara a encher o seu cálice e passava a garrafa ao amigo.
- É bom; isto reanima e conforta o estômago. E depois de um trago em que esgotou o cálice:
- Pois você fez mal em ir à Simões... pode comprometer-se e depois não ter remédio, senão...
- Casar?
- Casar.
- Qual!
- Veja o que aconteceu comigo!
O Rosas, homem já dos seus cinqüenta anos, gordo e calvo, cansado do seu viver de solteirão, tinha-se casado, para um ano depois separar-se da mulher, com grande escândalo.
A pobrezinha tinha sido uma cabeça tonta e bonita. Passara a mocidade a ler novelas dos jornais