Página:A Viuva Simões.djvu/87

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sombra da mulata. O Augusto apareceu e ela mandou iluminar a sala.

- Para quê? indagou Luciano, o luar está tão bonito...

Entretanto, Ernestina não cedeu e exigiu de Augusto que acendesse todos os bicos do lustre e das arandelas...

Quando voltou para o lado de Luciano, encontrou-o com a fisionomia áspera e pensativa. Ela falou lhe em casamento. Não queria prolongar aquela situação. Logo que expirasse o prazo do luto, poderiam unir-se para sempre.

Ele ouvia-a calado; depois de um curto espaço de silêncio, perguntou se não haveria algum pretendente a mão de Sara...

- Não... por quê?!

- Seria melhor que ela casasse primeiro... viveríamos sós, sem ouvir referências a outro que me viessem estragar a felicidade!...

- Separar-me de minha filha?!

- Não será a primeira mãe a quem isso aconteça!

- Nunca!

- Não falemos mais nisso, replicou Luciano com tristeza.

- Conservaram-se por algum tempo afastados, mas as mãos uniram-se outra vez, os olhos procuraram-se e ele beijou-a na fronte, na face, na boca.