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A cidade e as serras

grossa alagando os vidros, e a clara chamma bailando no fogão. Jacintho accedeu — e um escudeiro acercou logo a meza de Ephraim para que nós lhe estreassemos os serviços destros. Mas o meu Principe, depois de a altear, para meu espanto, até aos crystaes do lustre, não conseguiu, apezar de uma suada e desesperada batalha com as molas, que a meza regressasse a uma altura humana e cazeira. E o escudeiro de novo a levou, levantada como um andaime, chimerica, unicamente aproveitavel para o gigante Adamastor. Depois veio a caixa do chá entre chaleiras, lampadas, coadores, filtros, todo um fausto de alfaias de prata, que communicavam a essa occupação, tão simples e dôce em caza de minha tia, fazer chá, a magestade d’um rito. Prevenido pelo meu camarada da sublimidade d’aquelle chá de Kiang-Sou, ergui a chavena aos labios com reverencia. Era uma infusão descorada que sabia a malva e a formiga. Jacintho provou, cuspiu, blasphemou... Não tomamos chá.

Ao cabo d’outro pensativo silencio, murmurei, com os olhos perdidos no lume:

— E as obras de Tormes? A egreja... Já haverá egreja nova?

Jacintho retomára o papel e a thesoura:

— Não sei... Não tornei a receber carta