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A cidade e as serras

casa dos Fafes da Avellan); com o filho, o ’Cinthinho, menino amarellinho, mollesinho, coberto de caróços e leicenços; com a aia e com o moleque. Nas costas da Cantabria o paquete encontrou tão rijos mares que a snr.a D. Angelina, esguedelhada, de joelhos na enxerga do beliche, prometteu ao Senhor dos Passos d’Alcantara uma corôa d’espinhos, de ouro, com as gottas de sangue em rubis do Pegu. Em Bayonna, onde arribaram, ’Cinthinho teve ithericia. Na estrada d’Orleans, n’uma noite agreste, o eixo da berlinda em que jornadeavam partiu, e o nedio senhor, a delicada senhora da casa da Avellan, o menino, marcharam tres horas na chuva e na lama do exilio até uma aldeia, onde, depois de baterem como mendigos a portas mudas, dormiram nos bancos d’uma taberna. No «Hotel dos Santos Padres», em Paris, soffreram os terrores d’um fogo que rebentára na cavalhariça, sob o quarto de D. Galião, e o digno fidalgo, rebolando pelas escadas em camisa, até ao pateo, enterrou o pé nú numa lasca de vidro. Então ergueu amargamente ao céo o punho cabelludo, e rugiu:

— Irra! É de mais!

Logo n’essa semana, sem escolher, Jacintho Galião comprou a um Principe polaco, que depois da tomada de Varsovia se mettera frade