das Esmeraldas da Birmânia, medonha empresa em que cintilavam milhões, e para que os dois confederados de bolsa e de alcova, desde o começo do ano, pediam o nome, a influência, o dinheiro de Jacinto. Ele resistira, no enfado dos negócios, desconfiado daquelas esmeraldas soterradas num vale da Ásia. E agora o conde de Trèves, um homem esgrouviado, de face rechupada, eriçada de barba rala, sob urna fronte rotunda e amarela como um melão, assegurava ao meu pobre Príncipe que no Prospecto já preparado, demonstrando a grandeza do negócio, perpassava um fulgor das Mil e Uma noites. Mas sobretudo aquela escavação de esmeraldas convidava todo o espírito culto pela sua acção civilizadora. Era uma corrente de ideias ocidentais, invadindo, educando a Birmânia. Ele aceitara a direcção por patriotismo...
— De resto é um negócio de jóias, de arte, de progresso, que deve ser feito, num mundo superior, entre amigos...
E do outro lado o terrível Efraim, passando a mão curta e gorda sobre a sua bela barba, mais frisada e negra que a dum Rei Assírio, afiançava o triunfo da empresa pelas grossas forças que nela entravam, os Nagayers, os Bolsans, os Saccart...
Jacinto franzia o nariz, enervado:
— Mas, ao menos, estão feitos os estudos? Já se provou que há esmeraldas?
Tanta ingenuidade exasperou Efraim:
— Esmeraldas! Está claro que há esmeraldas!... Há sempre esmeraldas desde que haja accionistas!