das Religiões e uma Teoria da Vontade.
Outros (como J. Teixeira de Azevedo), julgam que nesses papéis existe um romance de realismo épico, reconstruindo uma civilização extinta, como a Salambô. E deduzem essa suposição (desamorável) duma carta a Oliveira Martins, de 1880, em que Fradique exdamava, com uma ironia misteriosa:—«Sinto-me resvalar, caro historiador, a práticas culpadas e vãs, Ai de mim, ai de mim, que me foge a pena para o mal! Que demônio malfazejo, coberto do pó das Idades, e sobraçando in-fólios arqueológicos, me veio murmurar uma destas noites, noite de duro Inverno e de erudição decorativa:—«Trabalha um romance! E no teu romance ressuscita a antiguidade asiática!?» E as suas sugestões pareceram-me doces, amigo, duma doçura letal! . . . Que dirá você, dileto Oliveira Martins, se um dia desprecavidamente no seu lar receber um tomo meu, impresso com solenidade, e começando por estas linhas:—«Era em Babilônia, no mês de Sivanu, depois da colheita do bálsamo?...» Decerto, você (daqui o sinto) deixará pender a face aterrada entre as mãos trêmulas, murmurando:—«Justos Céus! Aí vem sobre nós a descrição do templo das Sete Esferas, com todos os seus terraços! a descrição da batalha de Halub, com todas as suas armas! a descrição do banquete de Semacherib, com todas as suas iguarias!... Nem os