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Página:A escrava Isaura (1875).djvu/121

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sociedade escolhida costuma dar brilhantes e concorridos saráos. Alguns estudantes dos mais ricos e elegantes, tambem costumão descer da velha Olinda em noites determinadas, para ali virem se espanejar entre os esplendores e harmonias, entre as sedas e perfumes do salão do baile; e aos meigos olhares e angelicos sorrisos das bellas e espirituosas pernambucanas, esquecerem por algumas horas os duros bancos da Academia e os carunchosos praxistas.

Supponhamos que tambem somos adeptos daquelle templo de Terpsicore, entremos por elle a dentro, e observemos o que por ahi vai de curioso e interessante. Logo na primeira sala encontramos um grupo de elegantes mancebos, que conversam com alguma animação. Escutemol-os.

— E’ mais uma estrella, que vem brilhar nos salões do Recife, — dizia Alvaro, — e dar lustre a nossos saráos. Não ha ainda tres mezes, que chegou a esta cidade, e haverá pouco mais de um, que a conheço. Mas creia-me, Dr. Geraldo, é ella a creatura mais nobre e encantadora que tenho conhecido. Não é uma mulher; é uma fada, é um anjo, é uma deosa!...

— Caspite! — exclamou o Dr. Geraldo; fada! anjo! deosa!... são portanto tres entidades distinctas, mas por fim de contas verás que não passa de uma mulher verdadeira. Mas dize-me