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A ESCRAVA ISAURA

— Qual longe!... não me enganas, minha rapariguinha!... tu amas, e és mui linda e bem prendada para te inclinares a um escravo; só se fosse um escravo, como tu és, o que duvido que haja no mundo. Uma menina como tu, bem pode conquistar o amor de algum guapo mocetão, e eis ahi a causa da choradeira de tua canção. Mas não te afflijas, minha Isaura; eu te protesto, que ámanhã mesmo terás a tua liberdade; deixa Leoncio chegar; é uma vergonha, que uma rapariga como tu se veja ainda na condição de escrava.

— Deixe-se disso, senhora; eu não penso em amores e muito menos em liberdade; ás vezes fico triste á toa, sem motivo nenhum...

— Não importa. Sou eu, quem quero que sejas livre, e has-de sel-o.

Neste ponto a conversação foi cortada por um tropel de cavalleiros, que chegavão e apeavão-se á porta da fazenda.

Malvina e Isaura correrão á janella a ver quem erão.