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Página:A escrava Isaura (1875).djvu/270

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— Disso estou eu certo. Mas isto ainda não é tudo; escuta ainda, Jorge. O meo rival, esse tal senhor Alvaro, que tanto cobiçou a minha Isaura para sua amasia, que não teve pejo de seduzil-a, acoutal-a e protegel-a publica e escandalosamente no Recife, esse grotesco campeão da liberdade das escravas alheias, que protestou me disputar Isaura a todo o risco, ficará de uma vez para sempre desenganado de sua estulta pretensão. Vê pois, Jorge, quantos interesses e vantagens se concilião no simples facto desse casamento.

— Plano admiravel na verdade, Leoncio! — exclamou Jorge emphaticamente. — Tens um tino superior, e uma inteligencia subtil e fertil em recursos!.. se te desses á politica, asseguro-te que farias um papel eminente; serias um estadista consummado. Esse D. Quixote de nova especie, amparo da liberdade das escravas alheias, quando são bonitas, não achará senão moinhos de vento a combater. Muito havemos de nos rir de seo desapontamento, se lhe der na cabeça continuar sua burlesca aventura.

— Creio que nessa não cahirá elle; mas se por cá apparecesse, muito tinhamos que debical-o.

— Meo senhor, — disse André entrando na sala, — ahi estão na porta uns cavalheiros, que pedem licença para apear e entrar.

— Ah! já sei, — disse Leoncio, — são elles, são as pessoas que mandei chamar; o vigario,