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Página:A escrava Isaura (1875).djvu/61

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A ESCRAVA ISAURA
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abertos para a rapariga, e dando á voz até ali aspera a rude, a mais suave e terna inflexão.

Um ai agudo e pungente, que echoou pelo salão, o fez parar mudo, gelido e petrificado. Tinha avistado no meio da porta Malvina, que palida e desfallecida occultava a fronte no hombro de seo irmão, que a amparava nos braços.

— Ah! meo irmão! — exclamou ella voltando de seo deliquio, — agora comprehendo tudo que ainda ha pouco me dizias.

E com uma das mãos comprimindo o coração, que parecia querer-lhe estalar de dor, e com a outra escondendo no lenço as lagrimas, que dos formosos olhos lhe brotavão aos paser, correo a encerrar-se em seo aposento.

Leoncio desconcertado pelo terrivel contratempo, de que acabava de ser victima, ficou largo tempo a passear, frenetico e agitado, de um a outro lado ao longo do salão, furioso contra o cunhado, a cuja impertinente leviandade attribuía as fataes occurrencias daquella manhã, que ameaçavão burlar todos os seos planos sobre Isaura, e excogitando meios de safar-se das difficuldades em que se via empenhado.

Isaura, tendo resistido em menos de uma hora a tres abordagens consecutivas, dirigidas contra o seo pudor e isenção, aturdida, cheia de susto, confusão e vergonha, correo a esconder-se entre os laranjaes como lebre medrosa, que ouve la-