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Página:A fallencia.djvu/170

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Inocêncio Braga citava nomes de pobretões tornados em milionários, com a alta, quando João Ramos o interrompeu, consultando os amigos se deveria aceitar a presidência de um banco. Ele hesitava...

Inocêncio aconselhou-o a que acedesse. O cargo era de prestígio. Depois, o tempo efervescente do jogo tinha passado. As transações agora faziam-se com mais segurança. Também ele tinha em formação um grande projeto...

Teodoro sufocava; não ouvia falar noutra coisa. O seu vizinho da esquerda e o seu vizinho da direita passavam quantidades fabulosas de libras para a Europa, ganhas no azar do momento. E ele?

As suas reflexões tomaram um curso tristonho. Trabalhara tanto, para afinal alcançar o que os outros adquiriam com um gesto!

A pouco e pouco os seus amigos mais circunspectos iam-se atirando à voragem da Bolsa. Afortunados, como se mão invisível os guiasse, ganhavam quase sempre. Só ele resistira, firme nos seus princípios de moral e de economia. Mas o contágio da febre manifestava-se já nos primeiros arrepios da tentação.

Francisco Teodoro refletia...

Quando os amigos saíram, ele caminhou maquinalmente para a janela.,