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Página:A fallencia.djvu/195

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do trabalho, e o senhor meu filho só sabe gastar o que ajuntei com o suor do meu rosto!

— Ele não tem a mesma saúde; Mário é fraco.

— Mais uma razão.

— Qual razão!

— Basta; resolvi, acabou-se. Daqui em diante, ou o rapaz me entra em casa a horas convenientes ou...

— Ou?...

— Ou que vá dormir para o diabo!

Camila olhou com desprezo para o marido, enojada daquela fúria. Quis replicar, mas veio-lhe de repente um grande medo de que Francisco Teodoro a fizesse de novo intermediária das suas ameaças, e fugiu da sala para não responder, batendo com a porta, num desespero.

— É por estas e por outras que o Mário está assim... resmungou o negociante, percorrendo a sala com as mãos nos bolsos, a tilintar as chaves.

Fora, a noite estava negra, abafadíssima. Vinha da terra e dos vegetais um cheiro intenso, morrinha de febre, que engrossava a atmosfera, corporizava-a, tornando-a irrespirável.

Ainda não eram onze horas e já se recolhiam