ferrolhos e trancas, (e que tais eram elas!) se abriam de per si. Foi por isso que a freira fugiu para a noite negra, com seu hábito branco...
Depois...
Só no fim de um ano, quando ele se cansara de a amar, foi que a mísera percebeu que o seu cavaleiro não era o capelão - mas o diabo em pessoa! Arrepiada, transida de medo, fugiu por montes e vales, de cruz alçada, balbuciando preces, com o fito no convento e em redimir-se com árduas disciplinas. Andou assim, noites e dias, léguas e léguas, por mataria espessa, mal se sustentando nas pernas fracas e nos pés ensangüentados, até que à luz frouxa de uma madrugada viu um dia os penhascos abruptos do convento, e caiu de joelhos, persignando-se.
Finda a oração, ergueu-se. Passava então pela estrada um velho muito velho, de bordão e sacola, e ela perguntou-lhe se não ouvira falar em uma religiosa fugida do convento um ano antes?
— Nenhuma freira fugiu nunca daquele convento, respondeu ele; são todas umas santinhas, louvado seja o Senhor!
— Amen! Entretanto... ouvi dizer que uma das irmãs, que recebia rosas...
— A do milagre!? ah! essa