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Página:A fallencia.djvu/30

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era homem de bom faro e de êxito seguro em todas as suas previsões... Mas esse papel, de financeiro e negociante forte entre os mais fortes, fora o ideal de toda a sua longa vida de trabalhos, de sujeições e de amarguras! Seria justo que o outro, de um pulo, erigisse edifício mais alto e glorioso do que o seu, cimentado com lágrimas, com sacrifícios, com tantos anos de esforço e de labor?

Francisco Teodoro despediu-se do Neves sem o animar, apertando-lhe a mão frouxamente, e subiu para o escritório. Na escada encontrou o mulato, o Isidoro, com uma vassoura na mão.

— Cuidado!... não me tirem as teias de aranha do armazém...

— Não, senhor! Eu bem sei que aquilo dá felicidade...

Francisco Teodoro deteve-se um momento no escritório e entrou depois para o seu gabinete.

Fora, o sol avermelhava as fachadas feias e desiguais das casas fronteiras. Velhas paredes repintadas, outras com falhas de caliça, guardavam os seus segredos e as suas fortunas. Um hálito ardente de verão bafejava toda a rua febril.

Os armazéns, pelas bocas negras das suas portas escancaradas, vomitavam ainda sacas e sacas