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Domingo de verão; as cigarras chiavam estridulamente no flamboyant da rua. Grande sossego em tudo.

Fechada no seu quarto, Camila tentava ler, mas os olhos fugiam-lhe da leitura para as caminhas vazias das gêmeas, entregues desde a véspera à baronesa da Lage. Cumpriam-se as ordens de Mário.

A família espalhava-se ao bruto ponta-pé da pobreza: uns para aqui, outros para acolá... Que imprevistas soluções tem a vida!

Numa persistência cruel, o conselho do filho fincava-se-lhe no cérebro. Exangue e dolorida, ela não lutava; a fatalidade faria dela o que quisesse... O que a atormentava sobretudo era a saudade das gêmeas, que tinham levado consigo toda a sua alegria e que, ausentes dela, iriam dispensando à outra os afagos que deveriam ser só seus! Pobres inocentes, lá viria um dia em que o preconceito da honra se levantasse no seu caminho, como um rochedo