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Página:A fallencia.djvu/49

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Ela pareceu não a ouvir. Em pé, ao lado do piano, alta e espigada, com a cabeça unida ao seu ombro estreito de menina, os cabelos negros caindo-lhe em ondas sobre o pescoço moreno, os olhos de um verde límpido, de água marinha, abertos para o vácuo, tinha um ar de sonâmbula perdida em sonhos divinos. As mãos, longas e esguias, moviam-se com segurança; o vestido branco, salpicado de florinhas amarelas, mostrava-lhe um pouco das pernas finas, calçadas a preto.

O Lélio Braga, recém-chegado da Alemanha, o gordo maestro que só falava de música ou de jogo, atacou o teclado vigorosamente. Fez-se o silêncio em volta, mas por pouco tempo. Recomeçaram as conversas em tom mais baixo. Ruth não ouvia ninguém; um brilho quente. de sol, saia-lhe dos olhos verdes, voltados para a luz.

Só o capitão Rino parecia escutar a música, olhando de esguelha para Camila. Abominava a confiança que ela dava ao outro, ao magro dr. Gervásio, ali tão agarrado às suas saias, dizendo-lhe coisas que a faziam sorrir. Tudo naquele homem o irritava: o seu luxo, o seu tipo escanifrado e o seu ar de ironia, às vezes perversa. outras insulsa.

Francisco Teodoro, nunca interessado por coisas