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Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/185

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que refervia espumoso como caldeira em ebulição, queria atracar-se ao rochedo, galgar-lhe o cimo e devassar os segredos daquele fatal e malsinado recinto. Em breve, porém, reconheceu com o mais entranhado despeito que eram baldados seus esforços e louco o seu intento. No espaço de cerca de uma hora, que lutava favorecido pelo vento, que lhe inchava a vela, e pelo impulso do remo, que manejava com o maior vigor, não conseguira aproximar-se nem duas braças da formidável penedia que continuava a ficar-lhe como a duzentos ou trezentos passos de distância.

O braço de Ricardo desfalecia, o remo lhe escapou das mãos esmorecidas. No auge do desalento fez um supremo e desesperado esforço, de um salto pôs-se em pé sobre o barco decidido a atirar-se às ondas a fim de ou alcançar a medonha penedia, ou nelas ficar para sempre sepultado. Ao relancear, porém, os olhos pelos topes do rochedo para medir a distância que dele o separava, deu com os olhos em um vulto de mulher vestida de branco que se destacava no azul do céu sobre a crista de uma rocha, como estátua de alabastro sobre os muros denegridos de vetusto e ruinoso castelo. O mancebo fitou por algum tempo aquela estranha aparição a fim de certificar-se de que não era uma ilusão e, ao que