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Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/242

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o fel da indignação e do ódio. Aguilhoada por tão pungente sarcasmo, inspirado por um vago sentimento de desconfiança e ciúme, a meiga pomba converteu-se de novo em leoa, e soltou o rugido surdo da vingança.

— Perguntas-me? — respondeu com desdenhosa altivez. — Sim, Ricardo, estou sozinha, eu… e o meu punhal.

Estas últimas palavras murmuradas com voz surda não puderam ser ouvidas pelo mancebo.

— Sim — continuou ela um momento depois, mudando inteiramente de tom —, estou sozinha, eu e o meu amor. Já que assim o queres, fica, e vamos além.

Recalcando no fundo da alma todo o sentimento de amor ou piedade, sem proferir mais uma só palavra, Regina foi conduzindo o mancebo para o rochedo da vingança. Chegada ali, o ânimo ia-lhe de novo desfalecendo mas deu-se pressa em aproveitar-se do último lampejo de resolução que ainda lhe restava.

— Ricardo — disse com voz meiga —, perdoa-me; eu te molestei, contrariei-te ainda há pouco; é isto muito triste um uma primeira entrevista. Mas agora quero compensar-te o dissabor que te causei. Vem, meu querido, abraça-me.

Ricardo arrojou-se ao seio de Regina, que lhe