Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/279

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mas ela opusera-se a isso desesperadamente, e por isso a tinham abandonado.

Os paulistas perguntavam-lhe onde achava aquele ouro, que trazia nos braços e no pescoço. Quis ela dar-lhe aqueles adornos, mas eles recusaram, e insistiram, para que lhes indicasse o lugar, em que os havia. A índia declarou, que não longe daquelas paragens existia um lugar, em que era pasmosa a abundância de ouro, e de pedras preciosas…

— Aí, — dizia ela, o cascalho dos rios é de diamantes, e os rochedos das montanhas são de ouro, e o que há de mais extraordinário ainda, é um grande penedo todo inteiro do mais puro ouro, que existe em cima de uma serra, e que alumia tanto, quando o sol lhe bate defronte, como se fosse um outro sol. Mas ai de vós, acrescentava ela com certo ar de terror, — ai de vós, se lá entrardes! lá são os jardins de Tupã, e nenhum mortal ainda lá entrou, que voltasse nem vivo, nem morto.

— Se é assim, — perguntaram-lhe — como se sabe que lá existem todas essas riquezas?

— Avista-se de longe, respondeu a índia; e alguns já tem entrado lá e apanhado muito ouro e diamantes; mas saem logo; os que ficam lá de noite é que não escapam.

E não se sabe então, quem é que assim acaba