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Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/286

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Ali um rochedo enorme aprumado sobre a grimpa mais elevada da montanha brilhava como uma lâmina de ouro polido, e parecia mesmo, como dissera a índia, um sol, que assomava defronte de outro sol a competir com ele em beleza e resplendor. Este estranho e maravilhoso espetáculo os teve longo tempo em muda contemplação suspensos e absortos de admiração.

Voltados apenas daquele primeiro assombro, estenderam suas vistas pela encantadora paisagem, que se desdobrava à seus pés. Ao norte o vale se prolongava muito ao longe encrespando-se em colinas levemente acidentadas, que se iam perder nas brumas cinzentas dos remotos horizontes. O terreno compreendido entre as serras, que formavam como um cinto de muralhas em torno dele, era dividido em vastas leiras abauladas cobertas da mais esplêndida verdura e separadas entre si por uma multidão de ribeiros, que descendo da serra de oeste, se encaminhavam por um leve pendor para o lado oposto a se confundiram em um rio, que lambia as faldas da serra do oriente. Desta também se despenhavam em cristalinas espadanas cascatas, que aqui e acolá pelo roto das águas deixavam ver lâminas de ouro cintilando ao sol.

Capões tufudos cheios de viço e fresquidão se estendiam pelas orlas dos córregos, como cercas