a fim de morrer mais depressa. Já os cacetes estavam alçados sobre ele; súbito o índio ou índia, que estava debruçado sobre ele, levanta-se bruscamente, estende os braços sobre o prisioneiro, e suspende os golpes dos selvagens; dirige-lhes depois algumas palavras, antes gritos em tom imperioso, e com um gesto fá-los se retirarem como um bando de urubus, que o cão só com um rosnar enxota da carniça, sentou-se depois outra vez junto de Gaspar, tocou-lhe o corpo com as mãos, encostou as faces em suas faces, os lábios em seus lábios, e pousou seu peito sobre o dele. Gaspar reconheceu que era uma mulher, e sentiu um horror e um asco irresistível. Essa mulher, que assim o afagava, tinha as mãos e a boca besuntadas do sangue de seu camarada a pouco devorado, e seu hálito tresandava um cheiro infecto e nauseabundo de sangueira. Gaspar sentiu as entranhas se lhe revolverem em ânsias cruéis. Se ele se visse com o pescoço enleado entre as roscas de uma serpente, que com a farpada língua lhe lambesse as faces e os lábios, não sentiria tanto horror e repugnância, como ao ver-se enlaçado nos braços de tão repulsiva criatura.
A índia retirou-se, e um momento depois voltou trazendo uma pele, que estendeu no chão junto a Gaspar; desatou-lhe os cipós das mãos somente, e por gestos o convidou a repousar, e