Quando Gaspar acordou, as trevas, que reinavam na caverna, já não eram tão espessas, um fraco crepúsculo, que parecia entrar por uma abertura no alto da abóbada, permitia avistar-se mais claramente e à alguma distância, como em uma noite não muito escura, mas sem estrelas nem luar. Era o dia, que surgira, não para aquele inferno de perpétuas trevas, mas para o mundo exterior. Todavia a alma de Gaspar expandiu-se algum tanto com aquele escasso clarão, que sempre lhe permitia lobregar alguma coisa entorno de si: rezou a Nossa Senhora dos Aflitos, e esperou.
Os tatus brancos afugentados pela luz do sol, que não podiam suportar, começaram a recolher-se de tropel a seu covil. Depois de terem roído esfaimadamente os restos dos ossos do defunto esquartejado essa noite, e de terem devorado mais algumas alimárias e frutos trazidos do campo,